Pais permissivos ou autoritários?

No último artigo, falámos sobre a Prática de uma Parentalidade Positiva. Hoje, vamos abordar os estilos parentais que suscitam mais dúvidas aos pais: o permissivo e o autoritário. Será que algum deles é o mais aconselhado na educação das crianças/jovens? Ou será que devemos encontrar um “meio termo” entre os dois?

Então e o que são estilos parentais?

Os estilos parentais são as formas como os pais se relacionam com os filhos.  Refletem o clima emocional em que decorrem as relações entre ambos, revelando-se em diferentes aspetos como: o tom de voz, a linguagem, a formalidade no trato e as mudanças de humor. Resume-se pelo conjunto de estratégias que os pais utilizam no seu dia-a-dia com os filhos e que permite instruí-los em aptidões em diferentes domínios (académico, social, afetivo) e em vários contextos. 

O que é o estilo parental autoritário?

Este estilo carateriza-se pela imposição de obediência e do respeito pela autoridade. Os pais são exigentes, dão muitas ordens (que não são explicadas nem negociadas com os filhos), exigem regras e são, por norma, pouco compreensivos. Os pais autoritários não investem muito na comunicação e na expressão de afetos, recorrem frequentemente ao uso das palmadas, das ameaças, dos castigos, dos gritos e do medo, como forma de controlar a criança. A criança tende a adaptar o seu comportamento às reações dos pais, que lhe podem provocar emoções intensas como agressividade, medo e ansiedade.

O que é o estilo parental permissivo?

Os pais permissivos são compreensivos, tolerantes e afetuosos. Utilizam pouco a punição e evitam sempre que possível o exercício da autoridade. Por outro lado, têm muita dificuldade na imposição de regras e limites, bem como em dizer a palavra “Não”. São muito centrados na criança, mas não exigem o cumprimento de tarefas, permitindo que sejam as crianças a regular o seu próprio comportamento, que tomem as suas próprias decisões e utilizem poucas regras na gestão do seu dia-a-dia (horas de deitar, refeições, tempo para ver televisão, etc). Os pais permissivos tendem a adaptar-se aos seus filhos, procurando identificar e satisfazer as suas necessidades e exigências.

Então devemos ser permissivos ou autoritários?

De um lado temos os pais que foram educados de maneira autoritária e que acreditam que essa é a melhor maneira de impor limites às crianças. No entanto, também temos aqueles que embora tivessem sido educados de forma rígida, não querem que se repita o mesmo com os filhos, e por isso, tornam-se permissivos de mais, sem terem essa noção. Do outro lado, temos os pais que foram muito protegidos na sua infância e que sempre tiveram tudo o que queriam, querendo por isso, transmitir o mesmo aos filhos.

Assim sendo, é ponto assente que não nos devemos basear na educação que tivemos para educar os nossos filhos, mas sim na educação que gostaríamos de ter tido e nos valores em que acreditamos. 

Como se costuma dizer, “no meio é que está a virtude”. Uma educação de sucesso precisa do equilíbrio entre o afeto e a disciplina. Por isso, deve aceitar a criança tal como ela é. Deve respeitá-la e proporcionar-lhe uma relação onde exista diálogo e comunicação entre vocês. Demonstre-lhe que a ama e dê-lhe afeto e carinho, mas, ao mesmo tempo estabeleça regras e limites pelos quais a criança se possa orientar. As regras não devem ser impostas, mas sim negociadas e explicadas à criança, de forma a que ela entenda a sua importância.

Ser mãe/pai não é uma tarefa nada fácil! É um percurso longo, com muitos desafios pelo caminho, por isso, não tenha medo de errar. O mais importante é tentar corrigir o erro e tentar fazer sempre mais e melhor pelo seu filho(a).

O segredo é: tratem os vossos filhos como gostariam de ser tratados!

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