Este tipo de marcha é designada “marcha em pontas dos pés ou Toe Walkins” .
Andar em pontas de pé é algo bastante comum nas crianças que estão a começar a andar, uma vez que a grande maioria das crianças deixa de o fazer à medida que cresce e começa a apoiar a sola do pé no chão por completo, normalmente quase sempre antes dos 2 anos.
As crianças quando começam a andar, passam por um período de amadurecimento da marcha, que inclui uma adaptação da musculatura das pernas e dos pés, que no início a criança ainda não têm tanta firmeza.
Deve ficar atento
Os pais devem também ficar atentos a outros sintomas que vão além da marcha na ponta dos pés. Por exemplo, se a criança anda na ponta dos pés, mas não apresenta nenhuma outra dificuldade, provavelmente a questão é simples e exige apenas uma mudança de comportamento.
Agora, se a criança não consegue acompanhar outras crianças da mesma idade em brincadeiras ou apresenta outras dificuldades complementares à pisada errada, é um motivo de alerta.
Nestes casos, uma avaliação com um especialista é essencial para identificar problemas mais graves.
É preocupante o meu filho andar em pontas de pés?
Se o seu filho, mantém esta forma de andar a longo prazo, neste caso, passa a ser denominada de marcha em pontas dos pés – marcha idiopática.
Marcha idiopática significa que não se conhece a causa desta marcha, ou seja, não existe qualquer patologia de base, alterações neurológica ou outras situações que justifiquem.
A marcha idiopática considera que a criança simplesmente criou o hábito de andar na ponta dos pés. Poderá existir uma causa genética. Em alguns estudos, as crianças que tem esta forma de andar, marcha idiopática podem manifestar atrasos na fala, na linguagem e desafios com habilidades motoras e processamento sensorial, como dificuldade de equilíbrio e busca de movimento.
Normalmente esta marcha, afeta os dois membros inferiores de forma semelhante, ou seja, é sempre bilateral.
Embora gostem mais de andar em pontas dos pés conseguem facilmente andar com total apoio do pé no chão, pelo menos nos primeiros anos de vida, enquanto não existem encurtamentos musculares.
As crianças quando estão paradas, na maioria das vezes têm os pés apoiados no chão, contudo quando andam ou correm fazem-no em pontas, sobre os dedos dos pés.
Podem ter uma limitação no movimento oposto, por exemplo, levar os dedos em direção ao joelho do mesmo lado, devido ao encurtamento dos gémeos.
Está presente em pelo menos 25% do tempo total da marcha e tem uma duração superior a três meses.
A principais consequências da marcha em pontas dos pés são:
- Limitação em alguns movimentos do tornozelo e pé;
- Alterações posturais;
- Desequilíbrios musculares;
- Alterações no equilíbrio e na marcha.
A fisioterapia precoce poderá prevenir encurtamentos musculares, desequilíbrios na marcha e equilíbrio global, podendo ainda reduzir a necessidade de tratamentos mais invasivos em determinados casos.
Se necessitar, pode entrar em contacto com a fisioterapeuta que ajudará no desenvolvimento do seu filho.
Ana Santinhos | Fisioterapeuta
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