Jogos de relaxamento para crianças: Pintar mandalas.

Primeiro que tudo deixe-me alertá-lo…embora este artigo esteja direcionado para crianças, esta é uma atividade que pode ser extremamente agradável para qualquer um, independentemente da idade. Experimente!

Origem da mandala

A palavra mandala advém da língua sânscrita, uma das mais antigas línguas da Índia, e significa, literalmente, um círculo. Ainda que também (como composto de manda = essência e la = conteúdo) seja entendida como “o que contém a essência” ou “ a esfera da essência” ou ainda “o círculo da essência” (Green, 2005, p. 7).

O uso de mandalas pode ser visto em diversas culturas antigas. Elas foram usadas por budistas, hindus, tibetanos e nativos americanos em práticas de oração, meditação e cura. Para Jung (2008), a mandala representa potencialmente simbolismos variados de acordo com culturas, povos, lendas, crenças.

De acordo com o pensamento junguiano, podemos ver que na tradição hinduísta, a mandala é considerada o símbolo espacial da presença divina, o centro do mundo.

Na tradição tibetana a mandala está baseada em textos sagrados tibetanos e significa roda do tempo, procurando visualizar as divindades no intuito de obter a iluminação. A mandala, neste sentido, seria como um guia imaginário e provisório de meditação, um dispositivo para se conectar com o verdadeiro Self (Jung, 2008).

Na visão indiana, as mandalas são instrumentos de meditação para mergulhar em si mesmo, de concentração e realização da experiência interior. Servindo ao mesmo tempo para estabelecer uma ordem interior. Elas encontram-se em séries de imagens e expressando uma ideia de refúgio seguro, da reconciliação interior e da totalidade (Jung, 2008).

As mandalas tornaram-se muito famosas e comuns ao redor do mundo. Atualmente são também utilizadas como um recurso em práticas psicoterapêuticas.

O que é uma mandala?

Em linhas gerais, a mandala refere-se a uma figura geométrica em que o círculo está circunscrito em um quadrado ou em um círculo. Possui ainda subdivisões, mais ou menos regulares, dividida por quatro ou múltiplos de quatro. Parece irradiada do centro ou se move para dentro dele, dependendo da perspetiva do indivíduo (Samuels, Shorter e Plaut, 1998).

As técnicas para a confeção das mandalas podem ser utilizadas de diferentes formas, tantas quantas couberem na criatividade humana, como pintadas com tinta guache, acrílica, a óleo, giz de cera, lápis de cor; feitas na terra com flores, plantas e recursos naturais; confecionadas a partir de colagens diversas, utilizando papéis coloridos, linhas, lã, tecido, sementes, figuras; vivenciadas em forma de dança circular em grupo ou individual; ou mesmo utilizando-se diferentes técnicas ao mesmo tempo (Mendonça & Brito, 2017).

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Benefícios das mandalas

Os benefícios de realizar mandalas são múltiplos, dos quais importa realçar:

  • promove o relaxamento;
  • melhora a capacidade de concentração;
  • reduz níveis de stress e ansiedade;
  • promove a criatividade;

Os benefícios de realizar mandalas são amplos, elas permitem um trabalho de meditação ativa. A escritora Fioravante (2002) admite que, além de guia de meditação, existe uma energia nos desenhos mandálicos. As mandalas podem ser regeneradoras, equilibradoras e mesmo ativadoras dos processos físicos, podendo produzir alterações energéticas positivas nos níveis material e espiritual do homem. Diz, textualmente:

“O campo de força de uma mandala modifica a energia em vários níveis. Estimula a mente a equilibrar as emoções e ativa os processos físicos ajudando a restabelecer sua função plena. A mandala é uma fonte de cura” (Fioravante, 2002, p. 8).

Sugestão de atividade

Esta técnica ajuda crianças, adolescentes e adultos a relaxar. Para tornar essa atividade mais divertida, você pode colocar uma música suave em segundo plano. Existem vários modelos de mandala que pode encontrar em revistas ou online. Tudo o que você precisa fazer é imprimir a mandala ou então pode criar e pintar a sua própria mandala.

As mandalas para além de serem uma ótima forma de passar o tempo, exercem funções terapêuticas. Dê asas à imaginação e desfrute do momento.

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Imagens para colorir:

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Referências bibliográficas:

FIORAVANTE, C. (2002). Mandalas: como usar a energia dos desenhos sagrados. São Paulo: Pensamento.

GREEN, S. (2005). El Livro de los mandalas del mundo. Santiago, Chile: Océano Âmbar.

JUNG, C. G. (2008). O Homem e seus símbolos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

MENDONÇA, B; BRITO, M. (2017). Mandalas como recurso terapêutico na prática da Gestalt-terapia. IGT na rede, v.14, p. 273-290.

SAMUELS, A; SHORTER, B.; PLAUT, F. (1998) Dicionário crítico de análise junguiana. Rio de Janeiro: Imago/Consultoria Editora.

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