Alienação Parental

É provável que já tenha ouvido falar de Alienação Parental, sobretudo em situações de divórcio. A alienação parental ocorre quando um dos progenitores distorce a imagem do outro progenitor perante os seus filhos, com a intenção de romper os laços afetivos. Estes comportamentos podem começar por ser inconscientes ou conscientes e utilizam o filho como instrumento de agressividade contra o outro progenitor.

Pode ser caracterizada como uma passagem repentina de um vínculo positivo a negativo (isto é, verifica-se uma transformação, por parte da criança, de amor em ódio por essa figura parental). Estes comportamentos geralmente associam-se a situações de divórcio, em que há maior fragilidade emocional por parte dos adultos.

Quais são os indícios de Alienação Parental?

  • Existência de um conflito entre os progenitores no que respeita a alguns aspetos das responsabilidades parentais (residência do filho, organização dos tempos de convívio, pensão de alimentos…).
  • Tentativa de excluir o outro progenitor da vida dos filhos, não comunicando factos importantes relativos à escola, consultas médicas ou outros.
  • Manipulação do filho, convencendo-o de que o progenitor o abandonou, em que a própria criança começa a denegrir a imagem do progenitor com quem não reside.
  • Utilização de ameaças de rejeição à criança, caso esta demonstre amor pelo outro progenitor.
  • Imposição de limitações nos contactos com o progenitor (sejam telefónicos, sejam presenciais), controlando ou boicotando esses períodos.
  • Organização de atividades durante o período em que a criança deveria estar com o outro progenitor.
  • Tentativa de eliminar ou reduzir contactos da criança com familiares ou amigos do outro progenitor.
  • Eliminação de recordações (como fotografias) que relembrem momentos felizes do filho com o outro progenitor.
  • Imposição ao filho de escolhas constantes entre ambos os progenitores.
  • Esconder ou deitar fora roupa ou presentes comprados pelo outro progenitor.
  • O progenitor alienador acusa comportamentos ao outro progenitor, com vista a prejudicá-lo, podendo mesmo fazer falsas acusações de abusos sexuais, maus tratos, negligência relacionada com a higiene ou alimentares, podendo até criar “falsas memórias” nas crianças.

Qual o impacto da Alienação Parental na criança?

  • Sentimento de culpa;
  • Diminuição de autoestima;
  • Dificuldades no relacionamento interpessoal;
  • Maior propensão a sintomas de depressão e ansiedade;
  • Dificuldades de adaptação;
  • Vergonha, isolamento;
  • Dificuldades no âmbito escolar;
  • Falta de confiança nos outros.

A Alienação Parental é um processo destrutivo da imagem de um dos progenitores, com o principal objetivo de um afastamento físico e emocional do filho com o progenitor. O progenitor alienador manipula a criança contra o progenitor alienado.

Lembre-se que é muito importante, como pai ou mãe, garantir às crianças todas as condições para um desenvolvimento saudável, facilitando o convívio familiar. Uma situação de divórcio implica uma mudança no equilíbrio familiar, mas apenas o casamento termina e a relação com o outro pai não deve ser destruída.

Procure compreender o seu filho e protegê-lo de discussões ou situações tensas com o outro progenitor. Não tente “comprar” o seu filho como aliado. Não fale mal do seu ex-marido/ ex-mulher à frente do seu filho. Mantenha a sintonia com o outro progenitor nas decisões mais importantes da vida do seu filho. Diga ao seu filho que os pais vão continuar a amá-lo. Em caso de alienação, procure ajuda psicológica e jurídica para resolver o problema e garantir a proteção da criança.

Cooperem na educação do vosso filho, não a destruam. A alienação parental tem apenas uma principal vítima: o vosso filho!

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