Atividades: Facilitar ou Dificultar?

Hoje em dia, adaptar está muito presente nas nossas vidas. No entanto, adaptar é um termo que sempre fez parte do dia – a – dia dos terapeutas e dos intervenientes no processo terapêutico de uma criança com necessidades especiais. Mas associado a este termo surge também o conceito de graduar, ou seja, regular a complexidade.

As adaptações e graduações rodeiam-nos diariamente enquanto seres humanos. Estamos constantemente à procura de novas formas de realizar atividades de maneira competente, efetiva e eficiente.

A aprendizagem é proporcionada pelas nossas ações, quando estas são realizadas com êxito. Por isso, nunca devemos ajudar uma criança a fazer algo que ela tem o potencial de fazer sozinha.

É fundamental perceber se a atividade é demasiado fácil ou é demasiado difícil para a criança. Vamos ter de encontrar o “desafio certo”. Para que tal aconteça, por vezes, é necessário recorrer às adaptações e graduações, de forma a promover a sua participação efetiva nas atividades. Assim é essencial analisar todos os componentes envolvidos, a tarefa, a atividade e o ambiente, para que sejam adequados e não lhe ofereçam demasiadas barreiras ou facilitismos.

A adaptação consiste em modificar, substituir ou introduzir objetos e estratégias nas atividades. Um exemplo de adaptação é a utilização de separadores com cor, nos sistemas de arquivo, para identificação mais rápida.

Já a graduação refere-se a uma alteração na complexidade daquilo que está a ser desempenhado e de forma gradual, aumentar ou diminuir a exigência. Como por exemplo, dividir uma atividade muito longa em pequenas tarefas (ler um capítulo de um livro por tarde, em vez ler todos os capítulos na mesma tarde).

Para facilitar a sua compreensão acerca deste tema proponho-lhe um desafio – “Pense numa atividade da rotina da sua criança e faça as seguintes perguntas: “A minha criança está a realizar esta atividade com facilidade ou dificuldade? Como posso tornar esta atividade, mais ou menos exigente?

É muito importante começar a perceber a forma de como as atividades podem ser adaptadas ou graduadas para ir ao encontro das necessidades específicas da sua criança e potenciar ao máximo o desenvolvimento das suas capacidades.

Nicole da Palma| Terapeuta Ocupacional

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