Com o passar dos anos, o conceito de parentalidade foi evoluindo, e a família começou a ser vista como o principal fator de desenvolvimento da criança. A educação parental é um longo processo que influencia a vida dos pais e dos filhos e, que, por sua vez, é um papel bastante complexo, cheio de desafios e responsabilidades.
Encontrando-nos ainda no mês de abril, o mês da prevenção dos maus-tratos na infância, vamos falar-vos sobre a prática de uma Parentalidade Positiva.
A parentalidade positiva é definida como um comportamento parental baseado no Superior Interesse da Criança, consolidado no respeito pelos seus direitos, que visa assegurar a satisfação das necessidades básicas, através da proteção dos riscos e da criação de um ambiente que promova o seu desenvolvimento harmonioso, que valorize a sua individualidade, especificidade e autonomia.
As práticas parentais positivas contribuem para um adequado desenvolvimento pró-social da criança, onde se destaca a tutoria positiva, o comportamento moral, o reforço positivo, o estabelecimento de regras, o relacionamento estreito entre os membros da família e as demonstrações de afeto e carinho dos pais.
Existem 5 palavras-chave que deve ter na sua mente e no seu dia-a-dia para praticar uma parentalidade positiva com a sua criança:
1. Respeito
O respeito mútuo é a base de todas as relações. Entre pais e filhos não é exceção! Aceite a criança tal como ela é, não deve mudá-la, mas sim ajudá-la a ser a melhor versão de si mesma. Trate-a como gostaria de ser tratado(a).
2. Relação:
Tempo de qualidade é um dos maiores presentes que lhe pode dar. Invista numa das relações mais importantes e mais longa que estabelecerá ao longo da sua vida e permita que tenham uma relação empática, gratificante e respeitosa. Mostre-lhe disponibilidade, aliada a uma grande vontade de fazer sempre mais e melhor.
3. Atenção:
As crianças precisam de atenção. Se não a conseguirem de forma positiva, esforçar-se-ão para a ter de forma negativa, portando-se mal. Este é o princípio de muitos problemas de comportamento. O segredo é preencher a sua criança de atenção positiva (dar afeto, tempo de qualidade, reforço positivo, elogios), diminuindo ao máximo a atenção negativa (críticas, gritos, castigos, palmadas).
4. Cooperação:
Cooperação não é o mesmo que obediência, existe uma grande diferença.
Quando promove a simples obediência da sua criança, pode levá-la a fazer o que lhe pediu, mas pelas razões erradas, motivada pelo medo das consequências negativas que pode vir a ter. Já quando coopera, fá-lo porque lhe faz sentido e porque assim o escolheu.
E como consegue a cooperação por parte da criança? Com respeito, ao estabelecer uma relação positiva. Nenhuma criança ou adulto coopera com outro se não se sentir, de alguma forma, ligada a ele.
5. Regras:
As crianças que vivem sem regras são crianças inseguras, ansiosas e sem tolerância à frustração. Numa família onde não existem regras, a criança está sempre à espreita de qualquer ameaça e nunca se sabe o que pode vir a acontecer. Regras e limites definidos, estabelecidos de forma lógica e determinante são fundamentais para a estruturação e organização psicológica/emocional dos seus filhos.
“Ser pai/mãe não é nem um dado biológico nem um dado social, mas o fruto de um processo complexo de maturação psicológica que implica uma progressão no sentido de “tornar-se pais” feitas através de reorganizações psíquicas e afetivas”.
One Response
[…] seguindo a relação com a Parentalidade Positiva, esta semana vamos falar sobre a posição que devemos adotar quando a criança tem um […]