Os tiques e estereotipias são dois tipos de distúrbios de movimento comuns da infância e que frequentemente se confundem, apesar de terem características bastante distintas.
Os dois movimentos são involuntários e acontecem por um período e desaparecem. Os tiques e estereotipias são bem diferentes entre si.
A distinção entre movimentos estereotipados e tiques poderá não ser fácil. Geralmente, as estereotipias têm o seu início mais precoce (antes dos três anos de idade), enquanto os tiques são notados, mais das vezes, após os cinco a seis anos de idade; os tiques são mais variáveis (menos fixos e consistentes) e mais breves, aleatórios e flutuantes.
As estereotipias são movimentos são rítmicos, contínuos e tendem a manter-se ao longo do tempo. Podem manifestar-se de diversas formas, sendo comum o abanar das mãos (flapping), balançar do tronco ou cabeça, o bater palmas descontextualizado, o colocar os dedos nos ouvidos, o rodopiar, etc. Podem ocorrer durante a manipulação de objetos (girar carrinhos, bolas, etc.). É muito comum em autistas, mas também podem estar na deficiência intelectual.
As estereotipias em geral não necessitam de tratamento pois ajudam na autorregulação. Quando prejudicam a própria pessoa (autoagressão), por exemplo bater-se a si próprio, pressionar os olhos, morder as mãos, ou quando prejudicam outras pessoas, nestes casos podem ser tentadas estratégias comportamentais ou através de toma de medicação.
Os tiques tendem a aparecer mais tarde, embora existam relatos de tiques em bebés. Os movimentos não são rítmicos e geralmente são mais discretos. Estes movimentos tendem a variar com o tempo em apresentação e localização. Manifestam-se por exemplo, através do piscar de olhos, caretas, movimentar a cabeça, estalar os dedos, entre outros. Na maioria dos casos melhora de forma espontânea com o tempo e não está associado a nenhum transtorno. Quando se intensificam, especialmente com duração maior de um ano, necessitam de tratamento.
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