A brincadeira livre na natureza e nos espaços exteriores está a tornar-se pouco comum – uma coisa do passado! Para muitas famílias, trazer as crianças para a rua e torná-las ativas não é tão simples como parece. A superproteção, o domínio dos dispositivos eletrónicos, o pobre design urbano e a inacessibilidade aos parques são algumas das barreiras do brincar ao ar livre.
Atualmente, muitas crianças estão a perder a riqueza sensorial disponível para lá das paredes de casa ou da sala de aula. Com uma agenda repleta de atividades estruturadas, resta pouco tempo para as brincadeiras ao ar livre. Existe um aumento de crianças com problemas atípicos para a idade delas. Desde problemas ao nível da coordenação, da falta de equilíbrio, ansiedade/angústias, défices de atenção, intolerância a texturas e até a incapacidade de brincarem sozinhas.
Desta forma é mais importante do que nunca, parar de sobrecarregar as nossas crianças com atividades organizadas e começar a introduzir mais oportunidades para a brincadeira e o movimento livre na natureza. O sucesso académico, a estabilidade emocional e as competências sociais dependem desta experiência natural.
O contacto com a natureza permite explorar o corpo, estimular os sentidos e despertar a imaginação. Também potencia a capacidade de tomar decisões, resolver problemas, ultrapassar medos, regular emoções, fazer novos amigos e criar mundos imaginários.
Na área da saúde são vários os pediatras que começam a prescrever “tempo passado na natureza” às famílias que acompanham. Com a ressalva de que este, não é um substituto, mas um complemento fundamental na prevenção e no próprio processo terapêutico.
A APEXA também pretende utilizar a brincadeira na natureza como uma abordagem terapêutica. Com a construção do primeiro jardim sensorial do Algarve, os terapeutas vão ter ao seu dispor mais uma ferramenta para complementar a oferta de terapias num contexto rico em experiências sensoriais.