Um sono adequado durante a noite é uma pré-condição essencial para um bom alerta durante o dia. Mas em tempos de pandemia também o sono parece ter sofrido mudanças.
Os pais poderão ter ideia se as crianças estão a dormir bem e as horas necessárias ao seu bom desenvolvimento se elas adormecem rapidamente (num espaço entre 15 a 30 minutos), se elas acordam facilmente de manhã, e se estão bem despertas durante o dia, não tendo necessidade de fazer sestas.
O tempo que vivemos, com o Covid-19, levou a uma alteração de todas as rotinas familiares e o horário do sono também mudou, levando à falta de rotinas nos horários de deitar e de levantar.
Já abordámos a questão da importância do sono e do número de horas de sono recomendadas para cada faixa etária. Também já vimos que um dos fatores que pode influenciar o sono diz respeito à integração sensorial.
Hoje vamos focar-nos em dois problemas comuns durante a noite e que tiram horas de sono não só às crianças, como também aos pais.
- Insónias
As insónias dizem respeito à dificuldade em adormecer ou permanecer a dormir.
Nos bebés e crianças mais novas, as insónias ocorrem principalmente quando têm o hábito de depender de um adulto para dormir, estando assim a insónia associada a hábitos inadequados e à falta de rotinas antes de dormir.
Há situações em que a criança adormece sem dificuldade, mas acorda durante a madrugada e vai para a cama dos pais. Nestes casos, e logo que os pais se apercebam, a criança deve ser reencaminhada para a sua cama. Com esta atitude, evita que o comportamento se repita e ensina o seu filho a readormecer sozinho.
Nos adolescentes, é comum a insónia quando não há uma hora fixa para dormir, ou quando ficam até tarde em frente ao computador ou à televisão. No atual período de ensino à distância, é fundamental que existam rotinas de sono e que as redes sociais fiquem longe da cama na altura de adormecer.
- Pesadelos
Os pesadelos são os habituais “sonhos maus”. Quando estamos a passar por um acontecimento importante na nossa vida ou em períodos de maior ansiedade e stress, os pesadelos são muito comuns.
Atualmente, com a pandemia, é, portanto, comum que haja um aumento de pesadelos, o que pode levar a que a criança tenha medo e resista na hora de ir para a cama. É, pois, fundamental que se mantenham rotinas e horários estáveis de sono, alimentação (não se deve atrasar o horário habitual das refeições principais), atividades escolares e de lazer, bem como atividade física.
Por último, relembramos que é importante conversar com o seu filho sobre a atual situação em que vivemos. Já ultrapassámos o estado de emergência, mas o desconfinamento é ainda gradual e o vírus não desapareceu. Fale com o seu filho sobre os seus pesadelos, medos ou preocupações. É importante validar os sentimentos de ansiedade ou medo que possam sentir e, sobretudo, transmitir segurança.
Se já tentou adotar estratégias diferentes e implementar rotinas e, ainda assim, as dificuldades no sono do seu filho estão a interferir significativamente com o seu bem-estar físico e emocional, lembre-se que pode sempre pedir ajuda. Na APEXA tem uma equipa de técnicos ao seu dispor.
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