O aparecimento da puberdade, a partir dos 10, 11 anos, marca o início da adolescência, um período marcado por múltiplas alterações: biofisiológicas, psicológicas, intelectuais e sociais. Nos dois sexos, a puberdade surge acompanhada de novas sensações e sentimentos sexuais originados pelo aumento da produção hormonal que faz com que os/as adolescentes passem a sentir mais intensamente desejo e excitação sexual.
Assim sendo, o sexo na adolescência é um tema que se torna importante abordar com os jovens, pois começam a ter relações sexuais cada vez mais cedo. É muito importante que estejam esclarecidos os riscos associados ao facto de não adotarem determinados cuidados. As possíveis consequências vão desde doenças sexualmente transmissíveis (DST), a gravidezes indesejadas.
Este é um tema delicado de tratar, principalmente para pais e filhos adolescentes. Apesar de nos últimos anos ter existido uma grande evolução no que toca à informação de âmbito sexual, para muitos, este é ainda um assunto tabu.
O papel das escolas também tem sido fundamental ao longo dos anos, ao introduzir a temática da Educação Sexual. No entanto, os media têm dificultado a tarefa de educar, de associar sexo a afeto, a responsabilidade e à promoção da saúde.
Por isso, falar de sexo na adolescência é da responsabilidade de todos. E existem alguns valores que devem ser transmitidos aos adolescentes:
- Respeitar-se a si mesmo e à sua dignidade enquanto pessoa. Saber dizer não é muito importante e absolutamente necessário, independentemente das pressões. O(a) jovem deve iniciar a vida sexual quando considerar que está pronto(a), que é o que efetivamente quer, com a pessoa que escolher e com responsabilidade.
- Respeitar o outro. Saber ouvir um não, não pressionar nem forçar ninguém a fazer o que não quer. Aceitar a orientação sexual dos outros, sem discriminar. O outro não é um meio de satisfação das suas necessidades.
- Ser responsável. Ter espírito crítico, capacidade de raciocínio e de reflexão para escolher o que lhe convém. Deve ser o(a) adolescente a escolher o que quer e quando quer, prevendo as consequências das suas escolhas e assumindo-as.
- Querer acesso a informação. Estar disponível para ouvir as dúvidas, as angústias, as curiosidades e responder às questões colocadas sem preconceitos, de forma clara e natural, sem fazer preleções ou discursos moralistas.
Esta fase pode ser mais ou menos complexa, preenchida com medos, dúvidas e questões que devem ser entendidas e atendidas com serenidade, paciência e apoio incondicional por parte dos pais e educadores.
O despertar sexual na adolescência deve, então, ser acompanhado de uma educação para a responsabilidade, transmitindo aos jovens que ser sexualmente responsável significa respeitar e usufruir de direitos fundamentais e implica que as pessoas não sofram qualquer tipo de pressão, discriminação ou violência, qualquer que seja a sua identidade e orientação sexual.
Com esta perspetiva em mente, conseguiremos que os/as adolescentes vivam o seu despertar sexual de forma saudável, promovendo a tomada de decisões responsável, a sua autoconfiança e a sua autoestima.