A palavra gratidão deriva do latim gratia, que significa ‘favor’, e gratus, que significa ‘agradar’. Gratidão tem sido descrita de várias formas ao longo dos últimos anos, relacionando-se com a generosidade, a reciprocidade, a compaixão e muito pelo investimento feito pelas áreas da Psicologia Positiva e da filosofia Mindfulness, a gratidão tem sido uma ferramenta psicológica utilizada para promover a saúde mental.
A investigação realizada ao nível das neurociências vem mostrar-nos o impacto positivo que o exercício da Gratidão tem no nosso cérebro. Biologicamente, a prática diária da gratidão aumenta a produção dos neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar psicológico: a dopamina, a serotonina e a oxitocina. São inúmeros os estudos realizados que comprovam que os exercícios da gratidão diminuem os sintomas depressivos e aumentam o sentimento de felicidade (Seligman, Rashid e Parks, 2006).
No final, apesar das crises, dias negativos e das perdas que tens de lidar constantemente, podes habituar o teu cérebro a agradecer em vez de protestar ou reclamar. Semelhante ao exercício diário das intenções de que te falamos na semana passada, a prática da gratidão vai permitir-te um tempo precioso para refletires sobre o teu dia-a-dia e começares a valorizar pequenos momentos que até então não estavas a apreciar.
Se isto pode criar um impacto significativo em ti, agora imagina se inspirares a tua família a fazer o mesmo?! Será um bom contagio, certo?!
É por isso que te vou propor que introduzas a pratica da gratidão nos teus dias e que influencies os teus filhos, pais, irmãos, amigos, companheiro a fazer o mesmo.
Sugestões para praticar a Gratidão contigo mesmo:
- Escreve uma ‘Carta da gratidão’ a alguém que tenha sido essencial na tua trajetória de vida. Não poupes nos elogios e na forma como essa pessoa te influenciou a chegares onde estás.
- Sê gentil com as pessoas mesmo quando não as conheces. Mantém uma postura receptiva e sorri.
- observa os acontecimentos à tua volta e aprecia os detalhes, retirando as expetativas e julgamentos que a tua mente cria constantemente.
- Aproxima-te de pessoas optimistas e que te inspirem.
- Pratica o exercício da ‘Respiração de Agradecimento’, proposta por Frederic Luskin: pelo menos 3 vezes por semana, abranda o ritmo e concentra-te na respiração. De 5 em 5 expirações, verbaliza internamente a palavra ‘obrigado’, para agradecer a dávida do presente que é a vida.
- Desenvolve a auto-compaixão e acolhe com generosidade os teus dias menos bons.
- Facilita os pensamentos e expressão da gratidão através de ‘Lembretes Visuais’, seja pela casa, local de trabalho ou até na carteira, utilizando notas escritas, mantras e/ou fotografias de lugares/pessoas pelas quais estás grata em ter na tua vida.
- Constrói um ‘Diário da gratidão’, regista 3 benção que aconteceram contigo nas últimas 24 horas e/ou ‘Pote da gratidão’, onde colocas frases, bilhetes ou pequenas recordações de momentos onde foste feliz.
Sugestões para praticar a gratidão com as crianças:
- Sê o primeiro exemplo, as crianças imitam os pais, será a forma mais fácil de educar com gratidão.
- Utiliza frequentemente um diálogo positivo com as crianças, recorrendo às palavras-mágicas: ‘Podes ajudar-me?!’; ‘Por favor’; ‘obrigada!’; ‘Desculpa’; ‘Gosto muito de ti!’.
- Fomenta a solidariedade e a cooperação mesmo em brincadeiras, jogos ou situações de competição.
- Oferece mais experiências às crianças em vez de brinquedos, e no final explora como ela se sentiu nessa experiência.
- Incentiva que no final do dia a criança relembre 3 experiências positivas que teve longo do dia e faz o mesmo a seguir com ela.
- Constrói em conjunto um diário, árvore ou baú da gratidão, permitindo que a consistência diária traga os seus benefícios a longo prazo.
“Não é a felicidade que nos torna gratos, mas a gratidão que nos torna felizes.”
Martin Seligman
Até breve,
Marisela Agra
Psicóloga Clinica
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