No artigo anterior, foi abordado o tema da pré-adolescência, por isso, faz todo o sentido falar da fase que se segue a esta: a adolescência.
A adolescência consiste no período do desenvolvimento humano de transição entre a infância e a vida adulta. É um período em que acontecem muitas modificações biológicas e várias alterações psicológicas. É um processo de maturidade crescente, que envolve uma série de transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais.
Esta é uma fase que normalmente, é temida pelos pais. Contudo, não deve ser vista como uma fase negativa, mas sim como uma oportunidade, tanto para os jovens como para os pais.
Por ser uma etapa tão rica em descobertas, os adolescentes procuram novas sensações e grandes emoções, procurando experimentar e realizar os desejos que têm. É importante ter em consideração que a adolescência é um período que se caracteriza como uma fase de conflito e de oposição às normas sociais, em que muitas vezes, não sentem medo, expõem-se a riscos e testam os seus limites. Tratam-se de comportamentos em que o adolescente tende a violar regras e expetativas socialmente estabelecidas.
É conhecida como a fase do “experimentar”. E experimentar é saudável em qualquer fase da vida, mas sem esquecermos que cada uma das nossas ações tem consequências, e é importante que fale com o seu filho sobre os riscos que corre nesta fase. Provavelmente, em muitos casos, eles tentarão fazer aquilo que querem e como querem. Tomarão muitas decisões sem o consultar, sem pedir a sua opinião, e se o fizerem, foi porque quiseram e não porque sentiram obrigação.
Embora por vezes os adolescentes rejeitem a ajuda dos pais nesta fase, estes têm o dever de contribuir para que esta fase se processe de forma saudável, permitindo que ajudem o seu filho sempre que seja possível.
Trata-se de uma oportunidade para viver uma nova etapa da vida, para enfrentar novos desafios e para criar um novo capítulo na história de vida do adolescente. E para que este capítulo seja visto no futuro, como algo positivo, também dependerá do apoio que terá por parte dos pais, da comunicação existente na família e dos valores que compartilham em casa. Assim, esta fase cheia de desafios não precisa de ser dolorosa, nem triste.
Toda a gente sabe que a educar os filhos não é uma tarefa fácil e não tem manual de instruções, mas, apesar das dificuldades, a sua “posição” como pai ou mãe representam responsabilidades das quais não se pode esquecer. A sua função, nesta fase, resume-se ao dar lugar ao conselho, ao diálogo e à troca de pontos de vista. Ajudar um adolescente é um processo gradual, com altos e baixos, que pode ter várias consequências, mas nunca devemos ficar presos ao medo do que pode acontecer. Nesse sentido, é necessário que sejam os progenitores a dar o primeiro passo, e se for preciso, o segundo e/ou o terceiro.
Por isso, é muito importante ensiná-los a decidir e a transmitir-lhes segurança! Lembre-o do amor incondicional que sente por ele e se for preciso, do significado de amor-próprio.
Quanto mais o seu filho conhecer os desafios que precisa enfrentar durante a adolescência, mais enriquecedora será essa fase. Dessa forma, acumulará mais experiências para enfrentar o futuro e, acima de tudo, terá menos oportunidades de cometer erros que possam trazer-lhe sérias consequências.